E se amanhã eu ainda estiver aqui, sabendo que você vai voltar, torça para que meus conceitos ainda sejam os mesmos...

Se por acaso eu não estiver... Procure-me em qualquer lugar, em direção de lugar algum, no cruzamento entre a emoção e a razão... Caminhando sem rumo, fazendo juz a espontaniedade... Agora? Já era...

Parece-me que meus projetos aos poucos vão se adaptando a esta nova eu, que a cada dia vem nascendo...

A cada dia que você não me procura, que você me esquece, que você me ignora... Eu me sinto outra. A medida que você me faz assim... E já não me fale em nós dois, já que nunca existimos, não me fale em amor; não ouse descrever um sentimento que você nunca sentiu... Não faça promessas que você mesmo não pode cumprir, jamais erga bandeira branca por falta de forças, quando sabemos que não é preciso usá-la. Nunca. Em hipótese alguma, tente tocar uma rosa, sem se machucar nos espinhos, sabendo que as suas mãos não são delicadas...

Poucos são os que conseguem entender o coração de uma mulher, raros são os que conseguem alcançar a dimensão do sentimento nobre de um coração feminino... Um em um milhão, consegue notar a expressão sentimental de uma dama...

Eu queria a sorte, de ser amada ao mesmo nível que amo, o dom, de relevar as decepções e as mágoas, a graça, de não me apegar tanto a quem não merece apego... A dádiva de não conhecer e me envolver com canalhas, ser insensata de vez em quando, para ver se alivia a dor...

Sabe como eu me sinto agora... Como uma criança que acaba de receber um tapa, por ter feito uma besteira, e com vergonha, não quer sair na rua, por medo da gozação alheia... Nunca vou entender porque a minha própria vontade, nunca se fixa na minha mente, por hora te quero, por hora tento não te querer, por saber que não consigo, sinto que te quero mais, e isto me faz tentar mais ainda não te querer; este castigo sanguinário de amar como eu amo, é como estar afundada, no vão de meus próprios sentimentos, e sem fôlego, não ter a quem pedir socorro... Pensar em você agora, é como inflamar uma ferida, que não ousa jogar no passado, as dores do começo de um final...

Será que dá para entender?

(Hadassa Arielly)